A Rússia anunciou nesta terça-feira (11), a primeira vacina do mundo para o coronavírus. Apelidada de Sputnik V — em homenagem ao primeiro satélite artificial a orbitar em volta da Terra - ela chega em torno de críticas e controvérsia.

Vista com bastante ceticismo pela comunidade científica, ela é inclusive não recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) já que não foram informados quaisquer detalhes dos estudos clínicos, nem como a vacina age no sistema imunológico contra o novo coronavírus.

Afinal, de acordo com a OMS, existem 165 vacinas em desenvolvimento contra a COVID-19. Desse total, seis estão na fase 3 de testes clínicos, que é a última. Entretanto, a vacina russa não é uma delas, já que acabou agora de concluir a fase 2.

Assim, o Instituto Gamaleya da Rússia prevê saltar a fase 3, a fase de testes clínicos feitos em milhares de indivíduos, cuja duração leva vários meses. Cinco empresas já começaram esta fase 3, AstraZeneca, Sinovac, Sinopharm, Moderna e Pfizer, mas a do Instituto Gamaleya não é uma delas. Eles decidiram que isso acontecerá ao mesmo tempo que a comercialização.

A vacina foi colocada à disposição dos russos e também de países estrangeiros que já a encomendaram, como a Arábia Saudita.

Alguns cientistas, como o especialista canadense em doenças infecciosas Isaac Bogoch, expressaram suas preocupações, dizendo que a fase 3 é essencial, pois é necessária para estimar a eficácia da vacina, mas também para "identificar potenciais efeitos colaterais raros".

O Dr. Anthony Fauci, especialista em doenças infecciosas dos EUA, também comentou que: "Criar uma vacina e provar que uma vacina é segura e eficaz são duas coisas diferentes".

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Equipe Toluna